Perrengues de viagem: como dar a volta por cima

seguro viagem

Passar por perrengues de viagem é mais comum do que você pensa. Aquela trip maravilhosa, esperada, planejada há anos, pode ter perrengue sim! Quem nunca passou por um, que atire a primeira pedra. Bom, pelo menos eu tenho várias histórias para contar. Leia até o fim e se divirta com alguns exemplos do que já passei por aí e saiba como dar a volta por cima.

Voo cancelado pra Londres

O perrengue de viagem mais recente que passei foi em agosto de 2019, quando fiquei sem a mala no último trecho da minha Eurotrip. Estávamos em Milão e tínhamos um voo às 11h para Londres. Passagem paga com milhas Smiles, malas incluídas no ticket, check-in feito com antecedência. Tudo certinho para aproveitarmos a tarde em Londres, onde ficaríamos mais seis dias antes de voltarmos ao Brasil.

Chegamos ao aeroporto com três horas de antecedência. Ou seja, caímos da cama cedo para não perder o voo. Despachamos as malas para o London City e fomos aguardar na sala de embarque. Achei estranho que no painel não aparecia nenhuma informação sobre nosso voo, apenas que deveríamos aguardar.

Passado um tempo, o aviso do painel nos mandava ir a um portão de embarque, onde as atendentes nos informaram que o voo estava atrasado. Depois de mais uma hora, o voo foi cancelado e nos realocaram para um outro voo, seis horas mais tarde, para outro aeroporto de Londres, o Heathrow. Explicamos que tínhamos duas malas despachadas e eles ficaram de mudá-las pro novo voo. Recebemos vouchers para nos alimentarmos e ficamos perdendo o dia no aeroporto.

Malas extraviadas

Quando finalmente chegamos a Londres já era noite e nossa programação de aproveitar a tarde na cidade já tinha ido por água abaixo. Até aí, tudo bem. Não foi a primeira vez que passamos por cancelamentos de voos internos na Europa. Nem nos abalamos muito.

Ao checar nossas malas na esteira, constatamos que elas não haviam sido embarcadas conosco no mesmo voo. Umas cinquenta pessoas passaram pelo mesmo problema. Fomos orientados a preencher uma ficha no balcão de reclamação. E quando a companhia aérea encontrasse as malas, elas seriam entregues no hotel. Isso poderia levar algumas horas ou dias.

Perder as malas foi o maior perrengue de viagem que passei na vida

Inconsolada no metrô

Fomos para o hotel apenas com as bagagens de mão, que tínhamos arrumado com um pouco de roupas de cada um. No metrô, eu estava inconsolada! Ficava tentando me lembrar o que teria ficado nas malas extraviadas e o que tínhamos conosco ainda. A sensação de não ver sua mala chegar na esteira é desesperadora.

Antes de chegar no hotel, passamos numa loja para comprar shampoo, condicionador, sabonete e desodorantes. Tudo isso estava nas malas, que sabe-se lá Deus onde poderiam estar naquele momento. Chegando no quarto do hotel, abrimos as poucas coisas que tínhamos e descobri que eu não tinha nenhuma peça íntima, além das que estavam no meu corpo.

De cuecas em Londres

Por sorte, na mala de mão do meu filho, tinham alguns organizadores de bagagem com algumas das nossas roupas limpas. Lá estavam minhas camisetas, as roupas do meu filho e as cuecas do meu marido. Não deu outra. Peguei uma cueca dele para vestir depois do banho. Pelo menos era limpinha e, por sorte, me serviu.

De cuecas em Londres. Ainda bem que não dá para ver. 😉

No dia seguinte saímos para passear por Londres. Eu de cuecas. Rimos muito da situação. Tirei fotos em pontos turísticos para jamais me esquecer de que estava usando as cuecas do meu esposo. Passamos o dia todo na rua e, ao retornar ao hotel, eis que nossas malas finalmente nos esperavam na recepção.

Recompensa pelo perrengue de viagem

Nem tudo foi desagradável nesse perrengue de viagem que contei acima. Tivemos o tempo todo o acompanhamento da seguradora que havíamos contratado. Por WhatsApp, dava para acompanhar a situação das nossas malas, desde o encontro no outro aeroporto até a entrega no hotel. Por esse e por muitos outros motivos, jamais viajamos sem seguro viagem.

As regras de aviação na Europa garantem uma compensação aos passageiros por extravio das bagagens e pelo cancelamento do voo. Ao chegar ao Brasil, entrei em contato com a companhia aérea, por e-mail, para pedir a indenização. Em menos de 20 dias, recebemos o valor em reais do que nos era devido. Até que andar de cuecas e ficar esperando pelas malas não foi o pior perrengue de viagem do mundo, né?

Dor de barriga vira perrengue

Meus perrengues de viagem me acompanham desde sempre. Em 1990, fui pro Nordeste do Brasil com minha amiga Cris. Passamos alguns dias em Natal, Recife e Maceió. Em Natal, a viagem ficou inesquecível pelo perrengue que passei.

Numa bela manhã, marcamos de conhecer as Dunas de Genipabú de buggy. O dono da nossa pousada fazia o passeio. Marcamos com mais duas amigas e lá fomos felizes, dividindo a despesa do buggy. Não amanheci muito bem. Na noite anterior, havíamos comido frutos do mar num restaurante da Praia do Meio. Topei fazer o passeio. Não imaginava que ali estaria o motivo do perrengue de viagem mais hilário do mundo.

Sobe e desce das dunas

Estávamos felizes demais para imaginar que aquela indisposição matinal iria atrapalhar a emoção do passeio. Já estávamos no sobe e desce das dunas, quando minha barriga começou a dizer que não estava satisfeita com aquela emoção toda. Perguntei se o passeio já estava terminando. O bugueiro disse que ainda faltava um pouco para chegar à praia, onde teria banheiro.

Tentei me controlar ao máximo, ria como uma boba e a barriga torcia como uma máquina centrífuga. Suava frio e já não estava mais curtindo nada. Até que falei que não conseguiria mais esperar. Não havia matinho por perto e eu sou bem fresca para encarar um. A solução foi descer a pé as dunas até a praia de Genipabú. Praticamente voei até a praia. (risos)

Banheiro limpo

Como eu disse acima, sou um pouco receosa (fresca) para sanitários. E mesmo passando por todo aquele perrengue, queria um banheiro limpo para chamar de meu. Estava procurando um restaurante, quando vi umas pessoas conversando em frente a uma casa pé na areia, bem onde eu estava. Não pensei duas vezes, pedi desesperadamente para usar o banheiro da casa deles.

Claro que devem ter achado que eu era louca. Viram minha cara de desespero e me deixaram entrar. Que alívio!! Depois de alguns minutos, já refeita, saí e agradeci a eles pela bondade. E disse pra eles que se um dia também precisassem, poderiam usar o meu banheiro em São Vicente. (rindo alto) Nessa altura do campeonato, o buggy já havia chegado na praia e fui encontrar minhas amigas para continuar o passeio.

O homem da mão cinza

Esse não é um perrengue de viagem propriamente dito. É um caso estranho que ficou pra sempre na lembrança. Estávamos em Berlim, em maio de 2012. Não havia aplicativos de localização naquela época. Usávamos apenas mapas impressos para nos localizar.

Já estava de noite. Havíamos andado muito naquele dia e pegamos o metrô de outra linha para chegar ao nosso hotel, que ficava no Mitte. Descemos numa estação que servia para nosso destino. Ao sairmos, vimos que estávamos no meio de uma vila típica de Berlim Oriental. A rua era escura e só havia prédios e um parque. Não havia ninguém na rua.

Ao sair do metrô, nos vimos perdidos

E quem conhece o metrô de Berlim, sabe que nem toda estação tem guichê ou funcionários para dar informações aos turistas. O jeito foi caminhar na direção que poderia nos levar até o hotel. As ruas estavam tão escuras que não ficamos muito à vontade.

Morreremos com a dúvida

Caminhamos um pouco e encontramos um casal, que saía de um dos edifícios. Perguntamos sobre a localização do nosso hotel, mostrando o mapa que tínhamos. O homem colocou sua mão sobre o papel e apontou para onde estávamos e onde deveríamos seguir. Ali notamos que a mão do homem era cinza, uma cor bem estranha. Ficamos calados e agradecemos toda a disponibilidade dele e da esposa em nos acompanhar até perto do hotel.

Quando já estávamos no quarto, comentei com meu marido sobre a cor da mão do homem. Para minha surpresa, nós três havíamos notado a mesma coisa. A mão dele era realmente muito estranha. Será que ele era real? (risos) Por que será que a mão dele tinha aquele tom? Ficamos tentando achar respostas e rimos muito. Até hoje quando nos lembramos do fato, ficamos em dúvida sobre aquilo. Acho que vamos morrer com essa questão não respondida. (rindo de medo)

Perrengues evitáveis

Ninguém está livre de passar por um perrengue de viagem. Alguns são evitáveis. Costumo sempre pensar em variadas situações para me antecipar a possíveis perrengues. Nunca viajo sem reservas de hotéis para não ter que dormir em qualquer lugar. E também faço seguro viagem para estar garantido numa doença, acidente ou extravio de malas e cancelamento de voos.

Se quiser saber como faço para planejar minhas viagens, veja este post que escrevi recentemente: Dicas para viajar pro exterior sossegado

Blogagem coletiva

Este post faz parte da Blogagem Coletiva de amigas blogueiras. Veja os perrengues que elas já passaram também.


CONTEÚDO DO POST

Cecília Beu

Cecília Beu

Muito prazer! Sou a jornalista Cecília Beu. Estou muito feliz em ter você por aqui. Sou de São Vicente, Litoral de São Paulo, gosto de viajar e uso este blog para ajudar as pessoas a desmistificar a ideia de que viajar é caro. Espero que você faça muitas viagens com as dicas que trago aqui.

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Comentários

22 respostas

  1. Gente… Que perrengues foram esses? Eu ia ficar desesperada sem a mala, mas sempre faço uma mala de mão com alguns itens pensando nisso. Mas o perrengue das dunas foi o melhor! Na hora do desespero, nem pensamos no que fazemos direito né? Kkkkkkkkk adorei!

    1. Quem está na chuva é pra se molhar. Kkkk Eu sempre levo muda de roupa na mala de mão, mas desta vez o voo era interno na Europa e não imaginei que iria precisar. Agora já aprendi a lição. ??

  2. Cecília, você faz os perrengues parecerem ainda mais engraçados, você é demais. Com seu carisma e simpatia, consegue nos contar estas histórias com uma simplicidade que parece que estávamos juntos com você.
    Adorei cada perrengue seu, foi bem divertido ler aqui, e deu até um medinho do homem da mão cinza, brrrrr.

    1. Essa foi intenção, Gi! Fazer vocês darem risada dos perrengues que passamos. risos Porque passar perrengue todo mundo passa, mas fazer do limão uma limonada nem todos conseguem. Rir é melhor que chorar. Então, bora se divertir, né? Mas na hora a gente fica preocupada. beijos, querida.

  3. Nossa, quanto perrengue! Acho que eu não posso reclamar nada perto de ti, viu! O máximo que eu me lembro é de pegar dias de chuva…

    1. Nem me fala, Fefa. Passar mal em casa já não é agradável, mas numa praia linda daquela é ruim demais. Eu tenho foto daquele dia mas está em papel. E não achei o álbum para colocar a foto aqui, kkkkk. Mas foi inesquecível. beijos

  4. Já ficamos sem as malas em Berlim por 2 dias pois o avião atrasou 6 horas pra sair do Brasil e portanto perdemos a conexão em Lisboa. Fomos encaixados em um voo da Iberia e fomos para outro aeroporto diferente do que chegaríamos inicialmente . Finalmente, dois dias depois as malas chegaram. Tive outros perrengues mas ainda bem que com final feliz. Esse da dor de barriga eu achei o pior de todos. Depois a gente ri mas na hora !!!

    1. Oi, Lilian, a minha maior preocupação sempre foi com as malas. Jamais havia me acontecido isso e quando aconteceu fiquei muito chateada e não acreditava que aquilo era real. Mas agora que já passou e ganhei uma indenização, me sinto melhor. Quanto à dor de barriga, é complicado perder o dia da viagem dessa maneira, mas faz parte… beijos

  5. ahahaha eu amei as historias! extravio de bagagem tbm aconteceu cmg e é horrivel como nos sentimos impotentes sem nossas coisas ne? agora vc andando de cueca pelas ruas foi a melhor, eu so ia saber rir! hahahahahaa e a do homem de mão cinza? acho que foi o pequeno principe hein 🙂 so veio pra dizer o caminho!

    1. Oi, Ju. Sabe que o homem da mão cinza nos intrigou de verdade? Pensamos que ele poderia ser um experimento dos soviéticos kkkk ou um ET que vive na Terra. kkk As cuecas eu dei risada mesmo. Mas perder a mala é um sufoco que vc já conhece. Nem preciso dizer como é ruim. Mas elas apareceram e foi bom demais. beijos

  6. a melhor sem duvida foi da cueca!!! kkkk e qto a mala extraviada, morro de medo, sempre que despachava (ultimamente não mais), eu levo uma muda de roupa na mochila/bolsa…

    1. Oi, Juliana. Também costumo levar a muda de roupa, mas como o voo era curto, nem me lembrei dela. Mas agora jamais me esqueço de novo. A cueca até que descontraiu toda aquela angústia. beijos

  7. Uma das minhas malas já foi extraviada, voltando pro Canadá e fiquei inconsolável, mas por sorte, ela foi encontrada!

    O seu perrengue de cueca em Londres foi o melhor e com certeza deve ser rendido muitas risadas!

    Beijos

    1. Perder a mala é desesperador. E andar de cuecas não é confortável, mas foi o jeito. Agora dá pra rir, mas na hora foi de chorar. beijos

    1. A campeã dos perrengues de viagem não perdeu as malas ainda??? kkkk Bárbara, você já tem crédito no banco dos perrengues, por isso sua mala sempre chega com você. beijos

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